Olá, atentos marinheiros!
Há algum tempo atrás (mais precisamente no final de outubro…), partilhei no meu farol de estimação um dos muitos exercícios que fiz com a minha psicóloga de serviço aquando das minhas “neuroses”, a minha história Uma Boneca de Sal (Parte I).
Pois hoje vim partilhar a parte II, escrita 28 dias depois 🙂
A razão pela qual partilho algo tão meu é, não só o facto de serem pequenos grandes tesouros de papel que guardo com carinho, mas também porque me relembram o que fui e quem sou e, claro, como aqui cheguei. Em 2003, altura em que escrevi estas histórias, recordo-me nitidamente de não conseguir de forma alguma interpretar o que ali estava escrito, não entendia como isso traduzia o que me ia na alma, mas hoje, parece-me um espelho, ou antes um nítido reflexo na água que passou…sim, porque já não tenho este mau feitio! Acho esta transição de 28 dias fabulosa! Hoje vejo que se calhar aprendi a respeitar e compreender o outro, mais cedo do que pensava. E tudo começou no mar…
Segue então Uma Boneca de Sal – Parte II
30/06/2003
“Uma boneca de sal percorreu milhares de quilómetros à procura do mar, que queria muito conhecer.
Quando finalmente o encontrou, olhou fascinada aquela massa imensa e perguntou:
– Quem és tu?
E o mar respondeu
– Entra e verás.
Então a boneca…”
… desconfiada de tal proposta, recusa-se a entrar.
– Mar, segundo soube de outras terras por onde andei, e uma vez que muitas vezes falei de ti aos amigos que fiz enquanto vinha ao teu encontro, para entrar aí teria de saber nadar, mas nunca aprendi a fazê-lo e tenho medo de me afogar. Além do mais, estás muito furioso para o meu gosto… o que tens?
E o mar começou a desabafar com a boneca de sal, contando-lhe as injustiças que sofria, e dizendo-lhe como se “vingava” daqueles que não o respeitavam.
A principio, a boneca ficou aterrorizada mas lá acabou por entender que era aquela a natureza do mar.
Por ela o ter compreendido, o mar decidiu perdoar-lhe tal desconfiança. Depois de longas horas de conversa e risota, a boneca disse ao mar que agora iria conhecer o vulcão, outro fenómeno da natureza, que tanta curiosidade lhe dava. E assim foi, despedindo-se do mar, caminhou até ao encontro do vulcão, que estava adormecido…
Nesta jornada que é a vida, às vezes somos a boneca de sal, outras somente o mar. Esta história encaixará por certo em determinadas fases da vida de cada um. Como é que seria a sua história da Boneca de Sal?
Beijos e Abraços e votos de excelente semana!
Gostei muito, como sempre ! Bjinhos